sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vida saudável gera lucros robustos

Culto ao bem-estar estimula venda de produtos criados por empresas como Amway, Herbalife, MonaVie e Kenko Patto

O interesse crescente do brasileiro por saúde, controle de peso e por uma vida mais saudável tem atraído para o país empresas que comercializam suplementos alimentares, bebidas energéticas e produtos de medicina complementar. Por isso, esse segmento e o de produtos de beleza representam hoje os que mais oferecem oportunidade de crescimento na venda direta, de acordo com Ricardo Castro, diretor da Amway no Brasil, que comercializa a marca Nutrilite de suplementos alimentares. Segundo ele, só no segmento de produtos nutricionais, o mercado brasileiro cresceu 14% nos últimos dois anos. Nos negócios da Amway, que está hoje em 80 países e fatura US$ 10 bilhões ao ano, o mercado brasileiro representa 20% desse total.
O peso da operação brasileira da Herbalife, que atua em 70 países e é conhecida por seus shakes para controle de peso, também é importante. Só no primeiro semestre deste ano, a expansão no país foi de 51%, bem maior que os 28% registrados globalmente. De acordo com o diretor-geral e vice-presidente da empresa no Brasil, Gioji Okuhara, tais resultados refletem o interesse por produtos voltados à saúde, mas também são fruto do investimento da empresa em serviços para os distribuidores, como um call center estruturado e uma boa logística.
No caso da Nutrilite, o mercado brasileiro é peça importante para a estratégia da Amway de buscar a liderança mundial na comercialização de produtos através de vendas diretas. "Somos a maior fabricante de pastilhas nutricionais do mundo, mas o setor é tão pulverizado que nossa participação é de 3%", explica o diretor da Amway. Além de fazendas nos Estados Unidos e México, onde são produzidas as matérias-primas para sua linha de suplementos alimentares, a empresa tem 25 mil hectares no Brasil, destinados à produção de acerola. "Com esse tipo de matéria-prima, nos diferenciamos no mercado. Mas para crescer no Brasil estamos investindo em novos centros de distribuição e treinamento de revendedores", afirma Castro.
Para o consumidor brasileiro conhecer as vantagens desses produtos, o grande trabalho de divulgação depende das redes de relacionamento criadas pelos seus revendedores. As equipes geralmente são compostas por várias pessoas de uma mesma família. Todos começam trabalhando meio período, para complementar suas rendas e acabam totalmente envolvidos, atraídos por políticas de incentivos e remuneração que pode ir de 25% a 50% sobre as vendas, incluindo bônus.
É baseada na força desses revendedores que a empresa MonaVie, que atua em 17 países e está há três anos no Brasil, vem crescendo. O principal produto da marca é o MonaVie Active, bebida Premium composta de 19 frutas e colágeno voltada para o público preocupado com a saúde e com pouco tempo para se cuidar. "De janeiro a dezembro crescemos 350% em relação ao mesmo período do ano passado", afirma Maurício Patrocínio, diretor-geral da empresa.
Segundo ele, a MonaVie, que fatura US$ 2 bilhões no mundo, está investindo em produtos para o mercado brasileiro,como o MonaVie Nuit, além de shakes e barras de cereais que serão lançados até o fim do ano. Patrocínio destaca a importância das reuniões de degustação feitas pelos revendedores para que os clientes conheçam o sabor e tenham informações sobre as bebidas.
O processo de conquista do mercado brasileiro não foi diferente para a Photon do Brasil, que comercializa os colchões magnéticos da Kenko Patto, especializada em produtos de medicina complementar. Há 30 anos no Brasil, a empresa de origem japonesa, que foi nacionalizada em 2000, conseguiu por meio das vendas diretas vencer a resistência inicial do consumidor brasileiro. Com crescimento de 25% ao ano, tem hoje uma linha de produtos que inclui travesseiros magnéticos, colchões vibratórios, chá verde, máscara para olhos e palmilhas de sapatos.
De acordo com Sérgio Kazuka, diretor de marketing da empresa, o desempenho da Photo no Brasil independe do crescimento econômico. "Temos 6.200 revendedores em todo o país. Crescemos mais a partir da crise de2008, pois com o desemprego e a recessão as pessoas se interessaram em trabalhar com vendas diretas", explica. Mas ele reconhece que a Photon foi beneficiada pela ascensão social das classes C e D nas regiões Norte e Nordeste do país, e acrescenta que nos próximos anos essas regiões ultrapassarão o Rio Grande do Sul e o Sudeste, onde estão os grandes consumidores dos seus produtos.
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Fonte: encarte Valor Setorial do Jornal Valor Econômico que circulou em 1º/10/2011.

O segmento das vendas diretas faturou no Brasil, no ano de 2010, R$ 26 Bilhões. Qual a fatia desse mercado você pretende agarrar?

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